Mariana Pabst Martins nasceu em 1958, em São Paulo, Brasil. Graduou-se em arquitetura e urbanismo na Universidade de São Paulo. A arte sempre foi o eixo principal dos seus projetos e realizações. Os suportes preferidos pela artista são a caligrafia, as artes gráficas e gravações, a colagem e assemblage, além das esculturas e instalações de escala arquitetônica.
Mariana coleciona memórias. A artista é uma acumuladora sistemática de resíduos simbólicos e afetivos, sejam objetos pessoais, reminiscências, embalagens, brinquedos, gemas, xícaras de chá e outras tantas espécies de objetos, que vai agrupando e associando em diversos formatos de colagens.
Atualmente, Mariana dedica-se à assemblage produzida com resina transparente vitrificada onde amalgama suas memórias, criando colagens tridimensionais. A caligrafia está quase sempre presente, como um elemento gráfico muito pessoal, manuscrito que carrega a marca gestual da artista.
A partir das assemblages, Mariana adentrou definitivamente no ambiente escultórico e, tem feito experiências com peças maiores, na escala do mobiliário. Por exemplo, espécie de armário-cômoda contém pequenos dioramas em cada uma de suas muitas
gavetas, que podem ser abertas ou fechadas, revelando diferentes situações e cenas imaginárias, repletas de miniaturas.
Algo entre a casa de boneca e a maquete de um
prédio surreal. Desde 1981, ano da sua primeira exposição, intitulada "Diplomas", Mariana já apresenta os traços que se tornariam tão característicos de sua produção artística. Nos "Diplomas" - uma crítica humorada sobre a superestimação dos certificados que atestam sabedorias - a artista emula o documento retirando-lhe o significado objetivo e carregando na ostentação dos elementos gráficos que o compõe: caligrafia, carimbos, selos, lacres, adornos, molduras etc.
Além de pesquisas plásticas e visuais que consubstanciam-se no seu corpo de obras-objetos, a artista dedica-se intensamente a projetos curatoriais e educativos. Fundou, em 2004, a Choque Cultural e, em 2011, o Instituto Eduqativo, entidades através das quais realizou inúmeras exposições, projetos urbanos e pedagógicos. Tanto projetos autônomos quanto projetos em parceira com instituições, como como Memorial da América Latina, Museu Afro Brasil, MASP, Pinacoteca do Estado, Fundação Banco do Nordeste, SESC, Fundação Banco do Brasil entre outras. Entre os prêmios, destacam- se o Prêmio Governador do Estado para melhor instituição cultural em 2015 e o da Fundação Banco do Brasil para melhor Tecnologia Social para o Meio Urbano, ambas pelo Instituto Eduqativo.